Saber como calcular a incidência de uma pesquisa? é essencial para planejar tempo, amostragem e custos de qualquer estudo que exija recrutamento qualificado.
Em suma, a incidência indica a proporção de pessoas que atendem aos critérios do projeto entre todas as pessoas avaliadas. Assim, com essa medida em mãos, você decide quantas entrevistas precisará iniciar para alcançar a amostra final desejada.
O que é incidência e por que ela importa
Primeiro, a incidência é a taxa de elegibilidade: ela representa quantas pessoas, entre todas as que você abordou, realmente preenchem os critérios de inclusão do estudo. Ou seja, é a medida que revela o quão comum — ou o quão raro — é encontrar o público que você precisa dentro de um universo maior de potenciais participantes.
Em seguida, à medida que essa taxa se torna clara, ela passa a ajudar diretamente na estimativa do esforço operacional. Isso acontece porque, quanto menor a incidência, maior será o número de contatos necessários para encontrar pessoas qualificadas e, consequentemente, maior será o custo e o tempo dedicado ao campo. Por outro lado, quando a incidência é mais alta, o recrutamento tende a ser mais ágil, reduzindo tanto o volume de triagem quanto o investimento necessário para atingir a amostra final.
Além disso, conforme a incidência se revela ao longo da triagem, ela também orienta decisões estratégicas importantes sobre recrutamento. Por exemplo, se a taxa está muito baixa, a equipe pode optar por mudar de canal, ampliar critérios dentro dos limites metodológicos ou reforçar incentivos. Se, ao contrário, a incidência está acima do previsto, é possível otimizar recursos e agilizar etapas que antes pareciam mais longas.
Por fim, entender a incidência permite ajustar expectativas, prever gargalos e tomar decisões com mais segurança. Em outras palavras, ela funciona como uma bússola para planejar, monitorar e ajustar todo o processo de coleta de dados.
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Fórmula básica
A fórmula para calcular a incidência é simples e direta, mas seu impacto no planejamento da pesquisa é enorme. Ela funciona como um ponto de partida para qualquer estimativa de esforço, custo e tempo de campo. Veja:
Incidência (%) = (Número de pessoas elegíveis ÷ Número total de pessoas entrevistadas/avaliadas) × 100
Para facilitar ainda mais, pense assim: primeiro, você identifica quantas pessoas realmente atendem aos critérios do estudo. Depois, compara esse número com o total de pessoas avaliadas durante o processo de triagem. Em seguida, basta dividir um pelo outro e, por fim, multiplicar por 100 para transformar essa proporção em uma porcentagem clara e imediatamente compreensível.
Em outras palavras, você divide o número de elegíveis pelo total verificado e multiplica por 100 para obter a incidência final. Dessa forma, o cálculo revela, de maneira objetiva, qual é a representatividade do público-alvo dentro do universo avaliado. Além disso, essa porcentagem serve como uma base sólida para prever quantos contatos adicionais serão necessários para alcançar a amostra desejada.
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Passo a passo prático para calcular a incidência
- Recolha os dados brutos: Antes de qualquer cálculo, é fundamental reunir as informações básicas que servirão de base para a incidência. Portanto, registre quantas pessoas você avaliou (triadas) e quantas, de fato, foram consideradas elegíveis para participar do estudo. Esse passo inicial garante que todo o processo seja construído sobre dados consistentes e verificáveis.
- Calcule a razão: Em seguida, com esses números em mãos, avance para o cálculo da razão entre elegíveis e triados. Aqui, basta dividir o total de pessoas elegíveis pelo total de pessoas avaliadas. Esse movimento transforma a triagem em uma proporção inicial que já começa a indicar o nível de dificuldade do recrutamento.
- Converta em porcentagem: Depois disso, para tornar a informação mais intuitiva e facilitar a comparação entre diferentes estudos, multiplique o resultado por 100. Assim, você converte a razão em uma porcentagem clara — e é essa porcentagem que representa a incidência final.
- Use a incidência para previsão: Por fim, utilize esse valor para projetar o esforço necessário no restante da pesquisa. A partir da incidência, você estima quantos contatos precisará realizar para obter a amostra desejada. Dessa forma, o número calculado deixa de ser apenas uma estatística e passa a orientar o planejamento operacional, financeiro e metodológico do estudo.
Para visualizar melhor, considere este exemplo: suponha que você triou 2.000 pessoas e, entre elas, 200 eram elegíveis. Nesse caso, o cálculo fica assim:
Incidência =(2000200)×100=10%
Portanto, apenas 10% das pessoas triadas atenderam aos critérios.
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Aplicações práticas
1 – Orçamento: A incidência também influencia diretamente o custo do estudo. Quando você multiplica o número de contatos necessários pelo custo por contato, obtém uma previsão mais realista do investimento em campo. Dessa forma, a incidência ajuda a evitar surpresas financeiras e permite ajustar o orçamento antes mesmo de iniciar o recrutamento.
2 – Cronograma: Além disso, conhecer a incidência permite antecipar o ritmo da coleta. Ao estimar quantas pessoas podem ser triadas por dia, você consegue prever com mais precisão quantos dias serão necessários para completar a amostra desejada. Assim, o cronograma deixa de ser uma aposta e passa a refletir a capacidade real da operação.
3 – Ajuste de metodologia: Por fim, a incidência também orienta decisões estratégicas. Se ela estiver muito baixa, é sinal de que o processo pode se tornar lento e caro. Nesses casos, vale considerar alternativas: ampliar canais de recrutamento, flexibilizar critérios de inclusão (sempre que metodologicamente possível) ou recorrer a painéis especializados que já possuem público qualificado. Esses ajustes podem acelerar o campo e evitar desgastes operacionais.
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Erros comuns e cuidados ao calcular a incidência
- Não confunda incidência com taxa de resposta: Muitas vezes esses dois indicadores parecem semelhantes, mas medem coisas diferentes. A taxa de resposta mostra quantas pessoas aceitaram participar entre as que você convidou. Já a incidência revela quantas, entre todas as triadas, realmente atendem aos critérios de elegibilidade. Em outras palavras, uma pesquisa pode ter uma ótima taxa de resposta e ainda assim apresentar uma incidência baixa — e vice-versa.
- Evite estimar incidência com uma triagem muito curta: Quando o volume inicial de triagem é pequeno, qualquer variação pontual pode distorcer a estimativa. Por isso, é importante reunir uma quantidade mínima de casos antes de calcular a incidência. Assim, você evita conclusões precipitadas e reduz o risco de superestimar ou subestimar o esforço real necessário para o campo.
- Recalcule a incidência periodicamente: Ao longo da coleta, o comportamento da amostra pode mudar — especialmente em estudos segmentados ou com múltiplos perfis. Por isso, revisar a incidência em ciclos regulares permite ajustar projeções, ajustar cronogramas e, se necessário, reorganizar estratégias de recrutamento. Dessa forma, o planejamento se mantém alinhado com a realidade do campo e evita atrasos inesperados.
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Calculadora de incidência de pesquisa
Insira os dados para calcular a incidência (%) e estimar contatos e custos. Use a fórmula: incidência = elegíveis / total triado × 100.
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